quarta-feira, 1 de abril de 2009

mini-histórias I

ciro tinha no lugar do pau um rojão que estourava assim que ele se excitava. matou a primeira namorada, hemorragiou uma prostituta e internou uma desconhecida devido à intoxicação por pólvora.
-não posso, mamãe. tenho um rojão no lugar do pau, posso queimar o cinema.
-ora, bolas! é só um filme americano.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

angústia

com quem a dor partilharei?...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

aos leões

e agora
sozinho
(novamente)
o que fazer
com algum sentimento guardado?
aos leões..!

domingo, 30 de março de 2008

a cidade dos buracos voadores

PARTE I

a coisa com enéias funcionava de um modo simples. entrava, fodia e saía. ao seu redor pontos pretos; ocultando profundidade, com um leve sombreado cor-de-café. milhares de buracos replicantes perdidos no caos, esperando. enéias entra, fode e sai. simples. uma cidade com buracos voadores, uma cidade só de homens, sacos como granadas de sêmen sem o pino, precisando explodir. cus flutuantes espalhados por aí. dessa vez, com enéias, foi diferente. entrou e não fodeu. também não saiu. entrou e ficou, ficou. apertado, um pouco morno, uma leve sucção. não queria sair. a coisa já não era tão simples. ali esquecia de tudo, e esquecer fazia bem a enéias. queria poder esquecer para sempre, ser feliz ali. enéias comprou uma gaiola com fechadura, onde guardou o buraco. sua perdição, ou o início de algum sentido. aquela cavidade parecia dotada de personalidade: ditava o cotidiano de enéias, ou enéias deixava-se ser ditado. gostava assim. começava a entrar, ficar, sentir a pressão, o calor, a sucção. começava a foder, mas não saía. assim, enéias vai ficando cada vez mais sexualmente ambicioso. foi a uma loja e comprou um arpão, um triciclo e sanguessugas. de alguma forma, usava isso enquanto fodia. agora não mais entrava, só fodia e fodia e fodia. o pobre buraco, antes negro, estava amarelo, gasto, algo como uma fita de gilete velha, sem lubrificação. enéias passou a sentir dor, e começou a só sair. não entrava, tampouco fodia. não conseguia. foi a uma loja de pomadas e comprou pomadas de eucalipto para o pau. ardia um pouco no início - depois anestesiava, formigava. voltou a foder. estava apaixonado, e o buraco - agora verde, besuntado de pomada - não aguentava mais.

PARTE II

na manhã em que enéias saiu para comprar uma bomba de vácuo, buraquinho, que agora era um buracão, viu um lobo pela janela. lobo a procura de carne, com fiapos da refeição de ontem nos dentes. os bigodes vermelhos de sangue. em seu bolso, uma navalha. gostava de matar suas presas com uma navalha. começava pela pele do ombro, pouco acima da omoplata, subindo pelo pescoço, até traçar uma horizontal na linha da garganta. um sangrento plano cartesiano. lobo, além de estar com fome, estava com as bolas cheias. estresse. olhou para uma casa e, pela janela, viu uma gaiola com um buraco. conhecia esses buracos, a rua transbordava buracos. aquele buraco parecia especialmente triste. lobo, como qualquer cão, aproveitou a triste situação para se aproveitar. cafetão de cu, onde já se viu? entrou na casa. ela tinha apenas um cômodo, com a janela por onde entrou, uma estante de pomadas, um arpão ao lado de um triciclo e um aquário de sanguessugas. as paredes tinham cor de chá-mate decantado. escrito em sêmen, em uma delas jazia a mensagem:

ENTRA, FODE E SAI.
OU ENTRA, E FICA.
OU FODE E FODE E FODE.
OU NÃO ENTRA NEM FODE, SÓ SAI.
SIMPLES ASSIM.

achou aquilo tudo muito estranho. tirou a navalha do bolso e libertou buraquinho. ah, liberdade. buraco só teve uma forma de retribuir: foder. lobo tirou toda sua roupa e fodeu, e buraquinho se sentiu como há meses não se sentia, graças ao seu envolvimento com enéias. feliz, pulsante; carne pulsante, vontade de liberar energia. esqueceu de tudo, assim como enéias sentia-se dentro dele. se apaixonou por lobo. lobo agora queria sair, e buraquinho não deixava, comprimindo-se. lobo não conseguia alcançar as pomadas lubrificantes. preso, preso! enéias voltou com dois carregadores negros, carregando uma grande caixa de papelão. ao verem aquela cena, os carregadores riram de enéias, que não entendia a situação. a gaiola aberta, buraquinho sendo fodido por um lobo, um lobo querendo sair, carregadores, arpão, triciclo e sanguessugas, bomba de vácuo, saco de granada, suor na testa, buraquinho feliz, buraquiho pulsante, pichações com sêmen. tudo em sua volta fundiu-se em uma coisa só, nauseando-o. viu a roupa de lobo jogada no chão. descobriu a navalha no bolso: chicoteou-a no pescoço do primeiro carregador, cortou o outro pela nuca. navalha com sangue. em um ato impensado e desesperado, baixou as calças e cortou o pau, de uma vez só. guilhotinas produzindo sons metálicos nas ruas da frança. sangrou e sangrou. não poderia mais entrar ou foder ou sair ou qualquer coisa. aquela carne morta caiu no chão e ali ficou, banhada por sangue e melancolia.

PARTE III

lobo também estava confuso. viu o pau no chão, sem vida, inerte. uma visão do trágico e também do risível. sófocles chamaria a cena de catarse. os deuses assistiam a cena e éris, a deusa da discórdia, ria. lobo começou a uivar, como se nada mais importasse. chegou perto do flácido pau, cheirou, rodeou-o. deitou em cima. enquanto enéias contorcia-se no chão de dor e borrifava sangue por todo o piso, buraquinho chorava dentro de sua gaiola e os corpos dos carregadores mortos poluíam a sala, lobo ficou aquecendo aquilo que fora um dia um objeto venoso, vermelho e latejante. o pau era agora seu filhote. estava apaixonado. pegou-o com a boca e o levou para a floresta. andou e andou. cavou uma espécie de gruta. acreditava que se aquecesse, alimentasse e desse carinho ao pau, ele renasceria. moscas varejeiras acharam a caverna e começavam a depositar seus ovos em cima da carne em estado pútrefo. dali a poucos dias haveria algumas larvas profundissimamente sifilíticas. a fome de lobo havia passado, mas sua libido não cessava. queria foder, e foderia. na floresta não havia buracos voadores. em uma jogada a frente de seu tempo, catou um graveto grosso e firme perto de uma árvore de cacau. colocou-o por dentro do pau, começando pela parte cortada, atravessando canais e nervos, até chegar no fim. quando sentiu que a ponta do graveto encostou na extremidade interna da cabeça, parou. pau duro. lobo foi fodido pelo seu filhote ereto. gemia e uivava, gozava, experimentava sensações e alcançava estágios mentais elevados, atingindo a plena concepção da verdade. a verdade através do sexo. o ex-pau de enéias se rasgou mediante tamanho furor sexual. lobo, decepcionado e vendo seu amor verdadeiro, sua ferramenta para alcançar a verdade dilacerada, enterra seu filhote na floresta. sai a procura de carne sangrenta e sexo. volta à casa de enéias. o velho ainda deveria estar agonizante, após alguns dias de castração. depara-se com um enéias altivo, pelado, com uma furadeira no lugar do pau, presa à pele com toscos grampos de colégio. cicatrizes e hematomas na região pelífera. cuzinho sangrava, decadente, obviamente vítima de vários furos. enéias consegue imobilizar lobo agarrando-o pelas têmporas. troca de OFF para ON em sua virilha, e entra. começa a foder. sai. lobo sangra pelo cu. seu buraco cria asas, estava morto. o cu de lobo começa a vagar pela cidade, como mais um ponto preto replicante, com um leve sombreado cor-de-café. enéias troca de ON para OFF em sua virilha. realizou-se. tranca-se na gaiola de buraquinho, espremendo-se. fecha a porta, dorme. apertado, apenas deveria que se contentar com o que tinha e com o que tinha conquistado. simples assim.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

cachorro-quente de emoções

batata palha.. vai. queijoa ralado e catchup também. pão e linguíça. eu adoro cachorro-quente. é a minha comida favorita, é a única comida que eu sei fazer. comia um no centro quando vi aquela bela moça. saia até os joelhos. tinha pernas bonitas. sempre fui vidrado em pernas. vinha em direção à barraquinha de lanches onde eu estava. não sabia que ladies comiam comida de qualidade alimentícia duvidosa. comecei a olhar pro meu lanche, pensar.. não tem graça comer os ingredientes separados. queijo ralado puro nem é muito bom. mas, tudo junto, fica bom. nunca fui de pensar muito, estabelecer grandes fluxos de consciência. ela tinha mesmo pernas bonitas. isso era importante pra mim. pernas longas e finas, levemente douradas.. batatas palhas. claro! a batata palha sozinha não faz sentido culinário. merda. isso que dá não pensar muito. a gente pensa nas horas erradas, e pensa imbecilidades. o pão puro é estúpido. levemente torrado por uma chapa gordurosa e recheado de molho vermelho faz minha adrenalina pulsar, latejar por entre o fino calibre de meus vasos. a bolsa dela era vermelha. não conseguia parar de comer. sim! claro. não importa se ela tinha pernas bonitas. elas podem não se contextualizar com o resto, o cachorro quente. decidi brincar. o pão seria sua pele. o queijo ralado, as pintas. o ketcup, misturado com a maionese, formava um molho rosê levemente ruivo, como seus cabelos. milho e ervilha? os brincos e os anéis. nunca gostei de mostarda, e nada nela me lembrava uma linguiça. descobri. como não pensei nisso antes? é como tudo na vida. isoladamente, as coisas não fazem sentido. os sentimentos, inclusive. quando gostamos de alguém, a interação entre fenômenos inicialmente individualizados faz com que tudo pareça melhor. uma amálgama de percepções subjetivas individuais. nisso, um leve desapontamento pode estragar tudo. deturpar qualquer idealização, por mais imaculada, ou imborrável que ela seja. olhei de novo pra ela. meu cachorro-quente estava no fim, e tudo na ruiva me agradava. merda. por que tudo se contextualiza? ela comia de boca aberta.

angiospermas traidoras

costumava ir com a família ao parque, nos domingos. conhecia ele todo, de canto a canto, de árvore à árvore. já havia brincado em todos os balanços, girado em todos os sentidos nos gira-giras, escorregado de barriga no escorregador. as árvores eram as melhores amigas. havia as com galhos finos, com galhos grossos, com formigas. preferia uma, em especial. era tão cheia de folhas, tão volumosa, que transferia a um grande raio em volta uma sombra refrescante. gostava da sombra. era fresca, o vento parecia gelar por ali. já tinha um caminho para subir nela. sabia em que galho se apoiar, sabia quanto impulso devia fazer, sabia proceder em situações de emergência. de início, o pai a levantava para subir ali. depois, só servia de apoio. passado mais tempo, só assistia. a sua garotinha não precisava mais de ajuda. ela crescera ali, criara com a árvore uma intimidade grande. ali aprendeu a gostar da natureza. vivia em um submundo bucólico, como se uma bolha a envolvesse, a protegesse. enquando a mãe conversava com outras mães sobre outras mães, ela ficava ali, e o pai observava-a. eles começaram a confiar na árvore, passaram a acreditar que ali a filha estaria segura. a árvore foi o baluarte de uma infância pura, de toda uma essência juvenil. com o passar do tempo, a garotinha cresceu. não mais ia ao parque, mas não havia se desvinculado de sua melhor amiga. gostava de pensar que a árvore sentia saudades, que a árvore gostava que fossem conversar com ela, visitá-la. foi, um dia. sem os pais. já se sentia grande, por dentro e por fora. crescera de forma bonita, tinha belas feições. chegara ali. a penumbra do dia nascia, mas ali estava segura. não notara o tempo passando. a última coisa que escutou foi "essa aí é branquinha por fora.. deve ser vermelhinha por dentro!". quando viu, estava no chão. um estranho olhava para ela com um semblante carnívoro, sedento. possuiria ela ali, ninguém por perto. a árvore tapava a visão de quem passava pelo lado da praça, de carro. agora traí-a: sem a árvore, aquilo não aconteceria. "essa raba tá muito lisa pro meu gosto!". sentiu uma pressão, mas estava confusa. preferia acreditar que não acontecia. "tu vai ver agora, meu bem, vai ver agora". a pressão era tanta que desmaiou. acordou, era noite. as calças arriadas, as pernas sujas de terra, a calcinha rasgada, no chão. não entendia o que acontecia. sentia ardência por dentro, como se cinco mil garras de aço a tivessem cortado em mil pedaços e seu corpo não tivesse remendado-se. a árvore ali, inóspita, estática, indiferente. percebeu o que tinha acontecido. tinha vontade de chorar, mas não tinha força (..) não era mais a mulher feliz, não era mais mulher. sentia-se como conteúdo de lixeira, com chorume escorrendo pelos cantos da boca e maculando a pele leitosa. muitos contrapontos instauravam-se na sua mente. a árvore fora o início, mas também o fim. ou teria sido o fim, para depois ela realmente viver a vida real, o início? não sabia responder o que era início, o que era final. não sabia responder coisa alguma. os galhos traíram-na. agora, sentia-se só em mundo, fora da bolha. podia olhar as crianças viverendo em suas bolhas, e agora pensava em estourá-las com um objeto fálico, assim como fizeram consigo. plox: vida real, podre.

estranha fêmea vaginada do sexo feminino

nunca gostei destas cadeiras escolares. são duras e deixam a bunda suada, grudenta. tudo me incomodava naquele fim de tarde: a droga de cadeira, a droga de blusão que não parava de coçar, ela, aquela galinha do caralho! sentado num ônibus, há um tempo atrás, ela entrou e se sentou do meu lado. algum tempo depois, fui reencontrá-la na aula de literatura. ela fez que não sabia quem eu era, mas ambos sabíamos o que ela realmente pensava. tinha um jeito peculiar, tinha os cabelos curtos e em um bonito degradê amarelo. usava echarpes e sobreblusas, chinelos. tinha uma raba grande, e uma pinta em cima de um dos peitos. de perna parecia meio mal, mas o resto compensava. gostava do rabo dela. tive que começar a conversa, eu gostava dela. gostava dela desde a primeira vez que eu a vi entrar no ônibus. apostei umas moedas nela. não sei se foi por algo que eu disse, ou por algo que deixei de dizer, mas ela parecia não mais se importar comigo. talvez a culpa fosse minha, largando toda hora comentários escatológicos, ácidos ou de mau-gosto. mas eu gostava dela, queria ela pra mim. naquele dia tudo se voltava contra mim. sentia uma vontade grande de cortar minha garganta. só vontade, não coragem. sabia que ainda tinha muito o que fazer por aqui. ela tinha a voz fina e era pequena. odiava o estilo dela. "sou rica, mas sou inteligente". era isso que ela passava. não importa, eu gostava mesmo dela. não sabia direito o que falar pra conquistar ela, nunca fui bom nisso. ela era mesmo estranha.. tinha um pouco de medo dela, queria agradar. estava excepcionalmente bonita naquela aula. um chinelo dourado, uma calça jeans, as malditas blusas sobrepostas e um echarpe roxo. magia. algumas mulheres são pura magia. queria muito ela. eu ficaria feliz do lado dela. como pode ser tão difícil assim? por que ela impõe tantas barreiras subjetivas? me levantei. fui ao banheiro. olhei para o espelho, fiquei me encarando. seria capaz? estava ali, dentro da calça, ao lado de meu objeto fálico, com a droga de blusão tapando. tinha a vontade, não a coragem. é.. nunca tive a coragem pras coisas. eu queria viver. gostava de acreditar que teria chance com ela. "o movimento da antropofagia foi uma continuidade ao manifesto pau-brasil, formulado por osw.." dizia o mestre. ela estava na segunda fileira, atenta. entrei na cabeça dela, percebi que ela queria que os outros percebessem que ela estava atenta. prática comum. a arma, embaixo do blusão, engatilhada. ela estava a uns 6 metros de mim. nunca demorou tanto caminhar estes seis metros. tudo passava pela minha cabeça. um turbilhão de perguntas cujas respostas eu não queria saber, ou não gostaria de saber. seria capaz..? ela é tão bonita, olha pra essa raba. não.. sim! por que fazer isto comigo? eu não te daria todo amor do mundo? não te cantaria todas as músicas que tu gostaria de ouvir? não daria a minha vida pela tua? o que mais tu pode esperar de mim? ou de alguém? entendi. eles não querem que tu ame. eles querem que, além de amar, tu mostre satisfação por isso. não sentia. odiava não poder odiá-la. sua galinha do caralho, o que tu mais tu quer de mim? te dou meu coração. SIM. como eu disse, ela era estranha. agora..

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

I WANNA CHEW MY BUBBLE GUM WITH YOU

AND I WANNA WALK YOU HOME FROM SCHOOL

AND I WANNA CARRY YOUR BOOKS TO EVERY CLASS

GIRL, DON'T YOU KNOW IT'S TRUE HOW MUCH I LOVE YOU

I WANNA SING IT CROSS THE LAND

OH, WON'T YOU HOLD MY HAND?

EU NÃO TE PROMETI NADA

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

socialismo para principiantes, por ari almeida

Socialismo(1) para principiantes (2)
Carlo(3) tinha um porco. Adão(4) tinha uma porca. Um dia os dois combinaram que o porco de Carlo iria transar com a porca de Adão (5). Assim ocorreu. Quando os filhotes nasceram, Carlo quis dividir a ninhada meio a meio (6). No entanto, Adão alegou que isso era errado. Como dono da porca, deveria ficar com mais filhotes. Afinal, argumentou, a fêmea tinha arriscado a saúde durante a gravidez. Também tinha gasto mais com a alimentação dela, que comia por vários para sustentar os filhotes na barriga. Tinha, além de tudo, sido obrigado a dispender o próprio tempo em atenções para ela, cuidá-la e também acompanhado o parto (7). Nada mais justo que fosse recompensado. Carlo deu porrada (8) em Adão, ficou com todos os filhotes e também com a porca. Disse que era para ele aprender a não querer bancar o esperto. Adão chorou por vários dias em um canto e depois escreveu uma teoria a respeito do episódio. Mas primeiro precisou comprar creme para as mãos (9).
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(1) Sendo aquilo se chama socialismo a mesma divisão praticada pelos fungos do leite, os elefantes desenhistas da areia e os pedantes franceses que fazem biquinho quando pronunciam Fontainebleau.
(2) Aquele que principia nem sempre será o primeiro a chegar, já dizia Gutentag, mestre de Dostoievski, também conhecido por um dia ter afirmado: "Fiodor, todo socialista é um filho da puta".
(3) Carlo era fazendeiro, bigodudo, gordo e vomitava sempre em cima dos próprios escritos, razão pela qual sua obra maior chamou-se O Livro Verde não por preocupação ecológica, mas porque todas as folhas estavam manchadas de bile.
(4) Adão, batizado como o primeiro homem, é a prova de que o tempo não ajuda ninguém a aprender as lições mais valiosas.
(5) Os porcos e as porcas às vezes gostam de fazer o mesmo acerto com relação a humanos, mas ninguém nunca testemunhou tais transações, pois, como se sabe, suínos são por demais discretos.
(6) "Meio a meio" tornou-se o mais célebre número do primeiro socialista sério, Harry Houdini, que acreditava que a única forma de comunismo válida deve ser praticada com uma serra bastante flexível e uma caixa de madeira para esconder o truque da platéia.
(7) Contabilizam-se dezoito modos diferentes de se induzir o parto no reino animal, sendo o mais estranho de todos o dos castores da Arábia, que roem a barriga da fêmea até encontrar a prole. Depois disso, a fêmea rói a barriga do macho, que, morto, serve de ninho e de alimento para a própria família.
(8) Não se pode deixar de lado o que Confúcio ensinou: "A porrada sempre é o melhor argumento".
(9) No que comprometeu a si e a todos que acreditavam nele, pois mãos macias jamais servirão numa boa luta de boxe.

domingo, 22 de julho de 2007

quando eu crescer, quero ser que nem ele

saí do bar e fui checar o quadro de avisos. o avião estava no horário. katherine estava no ar, a caminho dos meus braços. sentei e esperei. quase na minha frente tinha uma mulher muito bem tratada lendo um livro de bolso. a saia lhe chegava até o meio das coxas, deixando à mostra as pernas embrulhadas em nylon. por que ela insistia em fazer isso? eu fiquei espiando aquelas coxas por cima do meu jornal. belas coxas. quem será que andaria passando a mão naquelas coxas? me senti imbecil espiando aquela cena, mas não conseguia evitar. ela era bem feita. JÁ FOI GAROTINHA, E ALGUM DIA ESTARIA MORTA; MAS, AGORA, ESTAVA ME MOSTRANDO SUAS COXAS. sua galinha do caralho, eu lhe daria umas cem metidas, eu enfiaria na sua carne dezoito centímetros de vermelhão latejante! ela cruzou as pernas e seu vestido subiu ainda mais. espiou por cima do livro de bolso. seus olhos encontraram os meus, que a observavam por cima do jornal. sua expressão era de indiferença. procurou na bolsa um tablete de chiclete, tirou o papel, botou o chiclete na boca. um chiclete verde. ficou mastigando o chiclete verde, e eu fiquei olhando sua boca. ela não puxava a barra do vestido. sabia que eu estava olhando. eu não podia fazer nada. puxei minha carteira e tirei duas notas de cinqüenta dólares. ela levantou a vista, viu as notas, voltou a baixar a vista. daí, um gordo afofou-se do meu lado. tinha uma cara muito vermelha e um baita narigão. vestia um macacão, um macacão cáqui. o gordo peidou. a mulher puxou a barra do vestido e eu guardei nas notas na carteira. meu pau amoleceu; levantei para ir ao bebedouro.


sexta-feira, 29 de junho de 2007

mais cerveja

nem sempre eu e deus apostamos no mesmo cavalo