quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

estranha fêmea vaginada do sexo feminino

nunca gostei destas cadeiras escolares. são duras e deixam a bunda suada, grudenta. tudo me incomodava naquele fim de tarde: a droga de cadeira, a droga de blusão que não parava de coçar, ela, aquela galinha do caralho! sentado num ônibus, há um tempo atrás, ela entrou e se sentou do meu lado. algum tempo depois, fui reencontrá-la na aula de literatura. ela fez que não sabia quem eu era, mas ambos sabíamos o que ela realmente pensava. tinha um jeito peculiar, tinha os cabelos curtos e em um bonito degradê amarelo. usava echarpes e sobreblusas, chinelos. tinha uma raba grande, e uma pinta em cima de um dos peitos. de perna parecia meio mal, mas o resto compensava. gostava do rabo dela. tive que começar a conversa, eu gostava dela. gostava dela desde a primeira vez que eu a vi entrar no ônibus. apostei umas moedas nela. não sei se foi por algo que eu disse, ou por algo que deixei de dizer, mas ela parecia não mais se importar comigo. talvez a culpa fosse minha, largando toda hora comentários escatológicos, ácidos ou de mau-gosto. mas eu gostava dela, queria ela pra mim. naquele dia tudo se voltava contra mim. sentia uma vontade grande de cortar minha garganta. só vontade, não coragem. sabia que ainda tinha muito o que fazer por aqui. ela tinha a voz fina e era pequena. odiava o estilo dela. "sou rica, mas sou inteligente". era isso que ela passava. não importa, eu gostava mesmo dela. não sabia direito o que falar pra conquistar ela, nunca fui bom nisso. ela era mesmo estranha.. tinha um pouco de medo dela, queria agradar. estava excepcionalmente bonita naquela aula. um chinelo dourado, uma calça jeans, as malditas blusas sobrepostas e um echarpe roxo. magia. algumas mulheres são pura magia. queria muito ela. eu ficaria feliz do lado dela. como pode ser tão difícil assim? por que ela impõe tantas barreiras subjetivas? me levantei. fui ao banheiro. olhei para o espelho, fiquei me encarando. seria capaz? estava ali, dentro da calça, ao lado de meu objeto fálico, com a droga de blusão tapando. tinha a vontade, não a coragem. é.. nunca tive a coragem pras coisas. eu queria viver. gostava de acreditar que teria chance com ela. "o movimento da antropofagia foi uma continuidade ao manifesto pau-brasil, formulado por osw.." dizia o mestre. ela estava na segunda fileira, atenta. entrei na cabeça dela, percebi que ela queria que os outros percebessem que ela estava atenta. prática comum. a arma, embaixo do blusão, engatilhada. ela estava a uns 6 metros de mim. nunca demorou tanto caminhar estes seis metros. tudo passava pela minha cabeça. um turbilhão de perguntas cujas respostas eu não queria saber, ou não gostaria de saber. seria capaz..? ela é tão bonita, olha pra essa raba. não.. sim! por que fazer isto comigo? eu não te daria todo amor do mundo? não te cantaria todas as músicas que tu gostaria de ouvir? não daria a minha vida pela tua? o que mais tu pode esperar de mim? ou de alguém? entendi. eles não querem que tu ame. eles querem que, além de amar, tu mostre satisfação por isso. não sentia. odiava não poder odiá-la. sua galinha do caralho, o que tu mais tu quer de mim? te dou meu coração. SIM. como eu disse, ela era estranha. agora..

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