domingo, 22 de julho de 2007

quando eu crescer, quero ser que nem ele

saí do bar e fui checar o quadro de avisos. o avião estava no horário. katherine estava no ar, a caminho dos meus braços. sentei e esperei. quase na minha frente tinha uma mulher muito bem tratada lendo um livro de bolso. a saia lhe chegava até o meio das coxas, deixando à mostra as pernas embrulhadas em nylon. por que ela insistia em fazer isso? eu fiquei espiando aquelas coxas por cima do meu jornal. belas coxas. quem será que andaria passando a mão naquelas coxas? me senti imbecil espiando aquela cena, mas não conseguia evitar. ela era bem feita. JÁ FOI GAROTINHA, E ALGUM DIA ESTARIA MORTA; MAS, AGORA, ESTAVA ME MOSTRANDO SUAS COXAS. sua galinha do caralho, eu lhe daria umas cem metidas, eu enfiaria na sua carne dezoito centímetros de vermelhão latejante! ela cruzou as pernas e seu vestido subiu ainda mais. espiou por cima do livro de bolso. seus olhos encontraram os meus, que a observavam por cima do jornal. sua expressão era de indiferença. procurou na bolsa um tablete de chiclete, tirou o papel, botou o chiclete na boca. um chiclete verde. ficou mastigando o chiclete verde, e eu fiquei olhando sua boca. ela não puxava a barra do vestido. sabia que eu estava olhando. eu não podia fazer nada. puxei minha carteira e tirei duas notas de cinqüenta dólares. ela levantou a vista, viu as notas, voltou a baixar a vista. daí, um gordo afofou-se do meu lado. tinha uma cara muito vermelha e um baita narigão. vestia um macacão, um macacão cáqui. o gordo peidou. a mulher puxou a barra do vestido e eu guardei nas notas na carteira. meu pau amoleceu; levantei para ir ao bebedouro.


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